O que seria da internet sem os memes? E o que seria dos memes sem a vocação dos brasileiros para a zoeira? É divertido e quase sempre terapêutico. E, como se diz nas redes sociais, é para isso que a gente paga a internet. Concorda? Meme é legal ainda que estimule a preguiça dos editores que ficam transformando meme em manchete. Virou meme, virou manchete!
Mas antes virar manchete que virar peça para propagar fake news e desinformação. Foi o que fizeram com a montagem de uma foto com a jovem ativista ambiental Greta Thunberg.
Sobre uma foto de Greta comendo em uma mesa farta dentro de um trem colocaram a imagem de crianças famintas do lado de fora. A montagem é evidente, segue o padrão dos memes, mas sem qualquer intenção de fazer graça. Pelo contrário.
O foto foi compartilhada com textos mentirosos sobre Greta, como fez o deputado Eduardo Bolsonaro. E diante das críticas aos boatos, ele e muitos dos seus apoiadores, saíram-se com a desculpa sórdida de que era apenas um meme e não uma notícia verdadeira.
O caso rendeu até reportagem no Jornal Nacional e revela uma nova prática entre os que propagam notícias falsas: repetir que é uma montagem, é um meme, como se isso tirasse a gravidade da mentira espalhada. Não tira.
Menos mal que a internet fez o contra-ataque e uma série de outras versões da montagem foram postadas nas redes sociais, colocando membros da família Bolsonaro e seus apoiadores no lado de fora do trem. Memes de verdade, uma boa resposta para expor os autores da falcatrua ao ridículo e reforçar a estupidez do ataque.
E para não restar qualquer tipo de dúvida, a agência Aos Fatos checou em detalhes a montagem. E os participantes do Projeto Comprova têm verificado os boatos que estão sendo espalhados a respeito da jovem ativista que cobra ações sobre as mudanças climáticas no planeta.
Abaixo, a foto original postada por Greta em janeiro.
