Manchetes de sites e portais de notícias correm pelas redes sociais via links compartilhados, mas também em forma de prints (.jpg) acompanhados de elogios e críticas. Mas não há como negar o impacto causado pelas capas das edições impressas dos jornais no Twitter, Facebook e afins nestes tempos de pandemia na saúde e pandemônio na política.
Mídia Impressa
A volta do assinante de jornal #humor
PadrãoMais uma esquete do Porta dos Fundo fazendo piada com a desgraça alheia. A vítima agora é o jornal impresso e sua perda de assinantes.
Assista e tente não rir.
Notícias do Dia de cara nova no impresso e no online
PadrãoAs edições de Florianópolis e Joinville do Notícias do Dia circula neste fim de semana com um novo projeto gráfico, nova identidade visual e nova colunas como parte das comemorações dos dez anos da publicação. No site do jornal do Grupo RIC (www.ndonline.com.br), as novidades chegaram primeiro (primeiro digital? ;)) e desde ontem (dia 2) os leitores estão conferindo o novo ND Online.
O “novo” The New York Times começa a tomar forma
LinkUm dos mais influentes jornais do mundo, o The New York Times, aprofundará neste ano as mudanças que vinham, aos poucos, sendo colocadas em prática na redação e na linha editorial. Em comunicado aos funcionários no dia 21 de maio, o editor-executivo do jornal, Dean Baquet, listou algumas dessas alterações, que valorizam o jornalismo profissional e as novas formas de narrativas, tanto no digital quanto no impresso, mas apresentadas de acordo com os novos hábitos dos leitores.
(…)
No meio digital, o jornalismo deverá se afastar de reportagens que podem ser encontradas facilmente na internet e favorecer coberturas exclusivas. Finalmente, o relato da cidade de Nova York também mudará. “A pauta deve englobar as administrações municipal e estadual e produzir reportagens que provoquem mudanças. É preciso considerar que menos da metade dos leitores do jornal vive em Nova York”, afirmou editor-executivo do jornal. Baquet informou ainda que não há demissões previstas para 2016, mas disse que o jornal precisará cortar em algumas áreas e investir em outras.
Leia o texto completo no site da ANJ.
O que a redação precisa saber sobre a plataforma digital do veículo
PadrãoDepois de publicar o post sobre o fim da edição impressa do The Independent, no sábado, fiquei pensando em qual teria sido a reação da redação do jornal. Será que eles estavam acompanhando o desempenho das plataformas desde que passaram e não somente quando a direção tomou a decisão de ficar só no online? Sabiam como estava a audiência do site?
Além da experiência multiplataforma que tive no Grupo RIC, tenho atuado como consultor de projetos de remodelação de sites de jornais do interior de Santa Catarina e uma das queixas dos diretores destes veículos têm sido a dificuldade para o engajamento da redação com o online. Este é um problema cultural. Muitos colegas – de jornal e TV, principalmente – ainda não viraram a chave. No máximo, usam e nem sempre da melhor maneira, as redes sociais para adiantar conteúdos que poderiam estar nos sites. Mas ainda focam muito no seu “veículo de origem” na produção para o jornal de amanhã ou para a reportagem para TV que não funciona na internet.
Para romper esta barreira, acredito que seja necessário um trabalho formiguinha e teimoso para envolver toda a redação a partir da abertura de dados relevantes que mostrem que sim, vale a pena pensar multiplataforma. Não tem coisa pior do que ver um canal digital, com tanto potencial para levar o conteúdo do veículo mais longe, ampliar o alcance e amplificar a influência, ser tratado com desleixo, quase menosprezo – ainda.
Não resolve trocar as peças da redação e apostar somente em “nativos digitais”. Os mais jovens, como vemos muitas vezes, têm seu valor por, em tese, compreenderem melhor os tempos digitais que vivemos, mas falham na falta de vivência prática em diversos aspectos do trabalho jornalístico. E sobram erros e escolhas equivocadas em texto e edição.
Mantendo as equipes, com equilíbrio no perfil dos profissionais, seria importante montar uma estratégia que inclua alguns encontros, workshops, materiais educativos, mas principalmente o compartilhamento com frequência de dados que mostrem o valor da plataforma digital e despertem o interesse da equipe. Não faz sentido ficar apenas dizendo “vocês precisam participar”. Tem que justificar. E para isso, vamos aos números.
8 destaques do Primeiro Digital
PadrãoClique nas imagens e confira as sugestões de leitura dos posts mais recentes do Primeiro Digital.
A receita para conquistar a atenção do leitor na internet
PadrãoEm 15 de dezembro de 2010, publiquei no meu blog na época, o Coluna Extra, um post com o título “Chegou a concorrência”, registrando o lançamento do site do jornal Notícias do Dia, destacando a importância de termos mais canais online na cobertura dos fatos do dia a dia de Florianópolis e região. Escrevi que ainda era cedo para uma análise mais aprofundada do site, mas que já dava para perceber – pelo menos observando as manchetes que estavam na página inicial naquele momento de estreia – que o foco local seria o diferencial do ND Online.

Imagem do ND Online em novembro de 2010, quando o jornal passou por uma reforma gráfica e anunciou a chegada do site no mês seguinte
Alguns meses depois, em julho de 2011, pude comprovar esta primeira impressão na prática, ao assumir a gerencia de internet do Grupo RIC e passar a trabalhar direta e diariamente com os colegas de redação do ND. E todo o período em que trabalhei no Grupo RIC, até março de 2015, participando de reuniões de pauta e de coberturas especiais, como a dos atentados aos ônibus em 2012, ou até mesmo na cobertura dos bastidores de Avaí e Figueirense, serviu para cravar que sim, o diferencial do ND Online estava em olhar bem de perto para o dia a dia da cidade.
O jornalismo digital costuma ser alvo constante de debates em torno de suas possibilidades editoriais e comerciais. Há sempre uma novidade, uma nova “verdade”, um “novo Eldorado” para onde, dizem, todos os veículos precisam caminhar. Mas quase sempre levam a lugar algum ou levam de volta ao ponto de partida. O que parece ser a única certeza no universo do jornalismo digital é que o público quer saber daquilo que acontece ao seu redor, no seu estado, na sua cidade, no seu bairro, na sua rua.
O caos do trânsito na entrada e saída da Ilha, a poluição em Canasvieiras, as polêmicas na Câmara de Vereadores, as falcatruas no serviço de táxis, a reforma do Mercado Público, a venda de um jogador de Avaí ou Figueirense, enfim, são assuntos que interessam a mim, a você, à turma do dominó da Praça 15, aos amigos na beira da praia, aos passageiros do Volta ao Morro, ao pessoal que caminha no Parque de Coqueiros, aos amigos do Curió e aos frequentadores do Alvim e da Kibelândia. E na internet, ainda mais porque o público lá não apenas lê como também interage. Ninguém fica indiferente diante daquilo que o atinge de alguma forma – as redes sociais não me deixam mentir.
Neste cenário, os números de audiência são importantes (e lembro, quando ainda estava lá na RIC, do ND Online já ter batido na casa de 4 milhões de visitantes únicos), mas o que se disputa hoje é a atenção dos leitores. Não é mais número pelo número. Há quem diga que isto só é possível quando ocorre alguma tragédia ou com a publicação de notícias ruins e polêmicas. Sim, mas não só, desde que o foco do site seja bem definido, como apostar em conteúdo local. Experimente, por exemplo, publicar uma reportagem sobre “coisas antigas de Florianópolis” para ver o impacto que causará.
Gerar proximidade com o público é a melhor forma de alcançar este objetivo também pelo o que é conquistado a partir disso: empatia e engajamento, o que faz toda a diferença no ambiente digital. Por isso, torço para que o ND nunca perca de vista este foco no local e se consolide cada vez mais como o melhor para a cidade também na internet – editorial e comercialmente. E que isso possa ser festejado diariamente, mas especialmente quando o site do ND também completar seus dez anos de existência.
Nota: Este texto foi originalmente escrito a pedido da redação do ND para o especial de dez anos do jornal, lançado na edição deste fim de semana. Como não foi utilizado, talvez até pelo foco do especial ser a efeméride da versão impressa e o novo site ainda estar em gestação, optei por postá-lo aqui no Primeiro Digital. O especial dos dez anos do ND está no link www.ndonline.com.br/nd10anos (recomendo acessar pelo desktop).
Você viu? A iminente transformação do jornal em um veículo essencialmente digital
PadrãoEm carta aberta à equipe de El País, divulgada na semana passada, Antonio Caño, diretor do veículo espanhol, fez uma análise sobre o atual momento da publicação, apontando o caminho inevitável que o meio está tomando rumo ao digital:
“A transferência maciça de leitores da Web para os telefones celulares, bem como o surgimento de novos dispositivos móveis e de ameaças recentes como os bloqueadores de publicidade, juntamente com outras mais conhecidas como a instalação da cultura da gratuidade, tornou muito complexo também o horizonte no campo das novas mídias. Estou começando a ter a impressão de que a passagem do papel para o digital é apenas um e não o maior dos muitos passos que os jornais terão de dar até alcançar o nosso verdadeiro espaço futuro.
Essas mudanças, como todas as mudanças, têm grandes vantagens. A primeira e mais importante é que milhões de pessoas em todo o mundo hoje mostram interesse e têm capacidade para acessar os nossos produtos. Mas, sem dúvida — e isso é o que mais nos angustia hoje —, este novo tempo é também um grande desafio para todos nós. E uma grave ameaça para aqueles que duvidam ou resistam ao avanço incontido da transformação do nosso trabalho e do negócio que o mantém.”
O impacto da capa
PadrãoAo longo do dia, você deve ter ouvido que a “revista Isto É antecipou sua edição, que normalmente circula sempre aos sábados” por causa da reportagem sobre a delação do senador Delcídio do Amaral na Operação Lava-Jato. Estranhei essa de “antecipar a edição”. É muito pré-internet, não? É como se a gente precisasse correr até a banca para comprar um exemplar. E não é isso: a Isto É, acertadamente, liberou a reportagem e toda a documentação na internet.
Por isso, o certo seria dizer que a revista antecipou a publicação do conteúdo. Mas entendo a Isto É. Não dá para esquecer sua plataforma principal e também seria burrice não tirar proveito de uma oportunidade com uma capa tão explosiva. Não por acaso, a capa da “edição antecipada” está ilustrando chamadas nas redes sociais e ajudando a propagar a reportagem também pela semelhança com a famosa capa de Veja com Pedro Collor, que detonou o processo de impeachment de Fernando Collor – mesma manchete “conta tudo”.
Fez bem a Isto É, mas cabe a gente pensar no impacto que uma capa de revista ainda tem junto ao público na internet – público este que dificilmente vai comprar um exemplar. Quem explica?
E-book “Jornalismo sem manchete” analisa novos formatos de texto e de leitura
PadrãoA jornalista Luciana Moherdaui, uma das participantes da segunda edição da série Grandes Temas para Discussão sobre Jornalismo Digital, está lançando “Jornalismo Sem Manchete – A implosão da página estática” (Editora Senac). A versão e-book já está à venda nas lojas da Apple Store e da Kobo Store. Em sua página na internet, Luciana disponibilizou para leitura o prefácio do livro, assinado por Giselle Beiguelman, pesquisadora na área de preservação da arte digital, do patrimônio imaterial e do design de interface.
Da cultura da página à cultura dos dados
O livro de Luciana Moherdaui, Jornalismo sem manchete: a implosão da página estática, é muito mais do que uma discussão sobre o impacto da internet nos modos de produzir notícias. É, acima de tudo, uma longa e rigorosa pesquisa sobre os novos formatos de textos e de leitura que emergem com as redes, especialmente após a explosão das chamadas redes sociais, como Facebook, Twitter, etc. Em uma frase, é um mapeamento do terreno e de seus abalos sísmicos, contemplando, de dentro do terremoto, momentos marcantes da transformação da cultura da página em cultura dos dados.
Não se trata de um manual de redação para contextos on‑line nem de um livro de ajuda para “sobreviver” ao processo – irreversível – de digitalização da cultura. Fruto de um doutorado em comunicação e semiótica na PUC/SP, que contou com o apoio do UOL Bolsa Pesquisa, a obra de Luciana coloca frente a frente as estratégias de busca de conteúdo noticioso e de construção de sentindo narrativo dos leitores com a capacidade das empresas tradicionais de jornalismo em absorvê‑las.
O assunto do ano
PadrãoChegando ao fim de 2015, reuni neste post os dez assuntos que apareceram aqui no Primeiro Digital no decorrer do ano e que considero como os mais importantes e relevantes também por apontarem tendências e caminhos para o meio digital. Não foi um ano fácil, mas pela lista dá para ver que foi um ano movimentado para o bem ou para mal do mercado. Ainda pairam dúvidas sobre para onde vai o jornalismo em geral, tendo o digital como protagonista tal e qual em um faroeste: ora como o bem-vindo pistoleiro que chega e resolve todos os problemas, ora como o estranho forasteiro que representa uma ameaça.
Veja a lista dos dez assuntos selecionados:
Manchete “tipo Google”
PadrãoNão deve ser uma ideia nova, mas vale a tentativa de oferecer uma capa diferente para o leitor. O Metro de São Paulo fez isso hoje e saiu com uma manchete “tipo Google”. Ou seja, colocou a manchete principal como se fosse a página do buscador para apresentar algumas das opções do cardápio cultural de São Paulo no fim de semana. Ficou simpática e adequada para a linha editorial do Metro.
Diário Catarinense lança novo programa para ler o jornal online e edição digital de domingo
LinkNotícia publicada na edição desta quarta-feira do Diário Catarinense, jornal do Grupo RBS:
Na sequência do projeto de seu 30º aniversário, o Diário Catarinense lança duas novidades a partir desta quarta, dia 2: um novo programa para o público ler o jornal nos meios digitais, e uma edição online aos domingos. A plataforma DC Jornal Digital possibilitará mais interatividade do formato impresso com os produtos virtuais, como vídeos, galerias de foto, áudio, infografias animadas e links complementares.
— O novo Jornal Digital do DC terá dois grandes benefícios. O primeiro é proporcionar a experiência de ler o jornal, organizado pela curadoria de conteúdo do DC, com todas as interatividades bacanas que o mundo digital proporciona: vídeos, galerias de fotos, podcasts… O segundo é ajudar aquele leitor mais tradicional a entrar no mundo digital — explica o diretor-geral de Jornais e Mídias Digitais SC do Grupo RBS, Gabriel Casara.
(…)
Com o novo formato para se ler o jornal, o Diário Catarinense também lança no próximo domingo, dia 6, uma nova edição. Chamada de DC Domingo Digital, será publicada exclusivamente no novo aplicativo, disponibilizada no domingo com as atualizações do sábado e o que é possível acompanhar ao longo de daquele dia, com ainda mais interatividade.
Leia a notícia completa no site do DC.
Sobre o Diário Catarinense leia também no Primeiro Digital:
Diário Catarinense estreia novo site
“Acreditamos que estaremos entregando um produto consistente e inovador”, diz gerente digital do DC
“Acreditamos que estaremos entregando um produto consistente e inovador”, diz gerente digital do DC
PadrãoO Diário Catarinense, jornal do Grupo RBS, estreou nesta segunda-feira (26) um novo posicionamento editorial, retomando a cobertura estadual como seu carro-chefe. No impresso, as mudanças foram pontuais, com destaque para a nova marca, enquanto no digital houve uma reformulação completa do produto. Novo layout, novas editorias, nova organização do conteúdo, com desafio e objetivo bem definidos, como diz a gerente digital do Diário Catarinense, Gabriela Silva, em entrevista ao Primeiro Digital. “Os catarinenses apreciam a boa informação e as boas plataformas digitais”, diz. “Sempre que temos boas iniciativas, o retorno é muito positivo e é por isso que apresentamos o projeto do DC ano 30 com tanta crença”.
Leia a entrevista a seguir.
Diário Catarinense estreia novo site nesta segunda-feira
PadrãoA segunda-feira (26) será de novidades para os leitores do Diário Catarinense, principal jornal do Grupo RBS em Santa Catarina. E além de mudanças significativas na edição impressão, como uma nova marca, uma cobertura mais ampla de todo o estado, novas seções e suplementos, o DC também apresentará um novo site.
Além de um novo layout, que mudará radicalmente a cara do site, o novo DC digital dará maior destaque para os colunistas e contará com quatro novas editorias: Notícias, Estilo de Vida, Entretenimento e Vozes. Esta última promete ser um diferencial desta nova fase do site. Trata-se da editoria que irá reunir “a opinião dos catarinenses sobre os assuntos mais comentados no estado”, incluindo também a repercussão do que é destaque nas redes sociais.
A conferir nesta segunda-feira em www.diariocatarinense.com.br.
Veja como ficará a home do novo DC…
…que irá substituir o atual layout.
No topo da cauda longa, por @ludtke
LinkTexto certeiro de Sérgio Lüdtke:
Os primeiros sites de jornais brasileiros surgiram há 20 anos, mas é difícil prever quem ainda estará operando no final desta década. Para uma indústria moribunda, um horizonte de quatro anos é uma eternidade. Fato é que, a persistirem as tendências de aumento de audiência sem contrapartida na publicidade, uma decisão se impõem: ou jornais e revistas têm a coragem de desistir das suas operações digitais e prolongam a sua expectativa de vida no impresso ou mudam drasticamente o modelo de negócios digital.
“Ouça aqui”, diz o jornal em chamada de capa
PadrãoVia Blue Bus:
O jornal Diário do Pará inovou e cravuo um exemplo de integração do papel com o online colocando na capa da edição de quarta-feira (9) a manchete Vazou na internet: Chimbinha confessa a Joelma que a traiu. Ouça aqui, tendo ao lado um QR Code para leitor conferir a gravação. E teve mais: a notícia sobre o conteúdo da gravação não foi sonegada para quem é leitor da edição impressa. Está lá na página 3. Boa sacada.
Veja também:
AN publica notícia sobre jogo do JEC no impresso, mas não chama para cobertura online
Jornal publica chamada para digital em vez de reportagem sobre jogo e leitores questionam decisão
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O AN avisou, mas…
PadrãoHá quatro semanas, o jornal A Notícia, de Joinville e que pertence ao Grupo RBS, foi alvo de críticas dos leitores porque a versão impressa não trouxe nenhuma informação a respeito da vitória do JEC sobre o Cruzeiro por 3 a 0, depois de uma sequência de maus resultados na série A. Em vez da cobertura do jogo, o jornal publicou um aviso com QR Codes para dizer que tudo sobre o jogo estava no site.
Jornal publica chamada para digital em vez de reportagem sobre jogo e leitores questionam decisão
AN publica notícia sobre jogo do JEC no impresso, mas não chama para cobertura online
Ontem, o JEC jogou e empatou com o São Paulo, em casa, às 19h30min, e a versão impressa desta quinta-feira não traz nenhuma informação novamente e desta vez nem chamadas para a cobertura feita – bem completa, aliás – no site do jornal do antes, durante e depois da partida. Na tabela de jogos, JEC x São Paulo está sem placar e com o aviso que “os jogos não tinham encerrado até o fechamento da edição”.
Jornal publica chamada para digital em vez de reportagem sobre jogo e leitores questionam decisão
PadrãoO time do Joinville vai mal no Brasileirão. Estacionou no Z4 e ocupou a lanterna por várias rodadas. Ontem, jogando em casa, ganhou e ganhou bem do Cruzeiro por 3 a 0. O jornal Notícias do Dia estourou foto na capa e tratou como o grande fato do dia. E trouxe um selo dizendo que “Isso você só lê no ND”, uma referência ao fato do A Notícia, o outro jornal da cidade, não trazer nem na capa nem nas páginas da editoria de Esportes a notícia sobre a “goleada histórica” do JEC, como destaca o ND. Em vez do texto sobre o jogo, o AN traz um aviso:
O jogo entre JEC e Cruzeiro não havia terminado até o fechamento desta edição. A cobertura completa da partida, as repercussões, as notas dos atletas do JEC, a classificação atualizada da Série A e o vídeo com a análise do colunista Elton Carvalho estão no site do jornal A Notícia. Você pode acessar o conteúdo digitando o endereço www.an.com.br ou por meio dos QR Codes abaixo.
Junto com o aviso, o AN publicou três QR Codes: um para a tabela atualizada, um para a cobertura do jogo e um para o vídeo do colunista Elton Carvalho analisando o resultado.
A decisão do AN repercutiu entre os leitores, em especial os torcedores do JEC, a maioria reclamando da falta de cobertura do jogo no jornal impresso. Pelo Twitter, o colunista Elton Carvalho respondeu alguns dos tweets publicados por leitores, justificando a opção do AN em chamar para o online por causa da logística do jornal – mesmo com o jogo sendo disputado em Joinville.
Elton escreve que o jornal está fechando mais cedo há dois meses e que tem muito conteúdo no site sobre o jogo, muito mais do que iria entrar no impresso. “Te garanto que, mesmo se tivesse saído no jornal, não teria nem 1/4 da quantidade de material que tem no site pela falta de espaço“, respondeu ele para um leitor.
A decisão e a repercussão levanta alguns pontos para reflexão:
– Correta a visão, que o próprio Elton fala em seu Twitter, de que o importante é informar, independentemente da plataforma. E ótimo que o site do AN esteja recebendo atenção e esteja sendo usado da forma correta para oferecer conteúdo estendido.
– A decisão de levar os leitores do impresso para o online está associada à logística e não como parte de uma estratégia de gestão de produto/conteúdo. “Vamos fazer assim porque temos que fechar mais cedo” parece ser o principal motivo da mudança. Se fosse uma estratégia de produto, devidamente divulgada e explicada antes de ser colocada em prática, não haveria surpresa e talvez houvesse ao menos uma compreensão dos motivos para a decisão.
– Argumentar que a notícia sobre o jogo ficaria velha no impresso do dia seguinte não justifica. Depende. No dia seguinte de um jogo qualquer, sempre cabe um texto com foco em outros aspectos além do placar. No caso de um resultado espetacular como o de ontem em Joinville, o detalhamento do “como foi” ou de “quem fez a diferença” sempre chamaria a atenção.
– Se os jornais, vide os encaminhamentos da própria ANJ, querem se mostrar como veículos multiplataforma, não cabe sonegar uma informação ao leitor/assinante/cliente que opta por uma das plataformas disponibilizadas. Tem que ajustar a rotina para atender todas as plataformas e não só o “modo de fazer jornal”. O aviso publicado na página de Esportes é só isso: um aviso. E não uma informação. Não é assim que vai se levar o leitor para o conteúdo digital. O AN não optou pelo “saiba mais”, mas pelo “saiba tudo” sobre o jogo.
– O fato de ser um jornal local (já foi um dos maiores jornais de Santa Catarina) deve ser levado em conta, ainda mais em Joinville, onde o público é engajado e abraça causas da cidade com afinco – o que inclui as coisas do JEC. E como os leitores foram pegos de surpresa, além das críticas, levantam também especulações sobre o fim do AN impresso ou de que não estão dando bola para o JEC.
Veja a capa do Notícias do Dia de Joinville:
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Brasil perdeu oito jornais em seis anos
LinkCom o fim do Brasil Econômico, anunciado nesta semana (última edição circula sexta-feira), são oito jornais fechados em seis anos, de acordo com levantamento do Meio & Mensagem.
Leia a reportagem completa no site do Meio & Mensagem.
Opine: O que está por trás do fechamento de jornais impressos?
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“Não há saída para o jornalismo impresso”, afirma pesquisadora
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