Pós-pandemia: O que pode mudar no jornalismo digital

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Inevitável enfrentar um momento tão extraordinário quanto este da pandemia do coronavírus sem pensar em como será a vida depois que tudo isso passar (até que haja uma vacina para a Covid-19). Tempo é o que não falta para refletir sobre aquilo que nos cerca no dia a dia em família e também no universo profissional em que transitamos – no meu caso, o do jornalismo digital e o do marketing digital para empresas.

É sobre isso o que escrevo a seguir: O que pode mudar no jornalismo digital? Sobre marketing digital pós- pandemia, meus apontamentos estão publicados no blog da agência Infomídia, aqui de Florianópolis, no post Presença Digital: Como (re)aproximar empresa e clientes.

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Dia do Jornalista: Impactos positivos e negativos da internet na profissão

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Nenhuma outra profissão foi tão impactada pela internet quanto a de jornalista. Não é exagero e pode até já ser um lugar-comum, mas é, com certeza, uma afirmação tão positiva quanto negativa que merece algumas palavras neste 7 de abril, o Dia do Jornalista.

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O tweet desabafo do amigo do amigão

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“As redes sociais isolam, em vez de agregarem. A gente entra em busca de quem pense e aja como nós, e por isso nos fechamos em tribos. Quase não há espírito aberto para o conhecimento. Daí para o fanatismo é um passo, e vêm agressões gratuitas entre pessoas que sequer se conhecem”.

Este é  desabafo publicado no Twitter no início da madrugada desta quarta-feira pelo jornalista Antero Greco, colunista do Estadão e apresentador, ao lado de Paulo Soares, o Amigão, do Sportcenter da ESPN Brasil.

Em 2015, destaquei no Primeiro Digital a decisão de Antero de encerrar sua conta no Twitter depois de uma série de ofensas e ameaças recebidas. Mas ele voltou e é um dos comentaristas mais ativos e combativos na rede social na defesa de suas ideias e opiniões sobre futebol e política diante de torcedores e fanáticos que não se destacam nem pela esportiva nem pela inteligência.

O desabafo do Antero prossegue em outros tweets. Siga @anterogreco.

Que leitor é esse nos comentários?

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Se você leu comentários em sites e redes sociais durante a semana, parabéns pela coragem e pelo estômago forte. Já é difícil de encarar em qualquer situação, fica ainda pior quando ocorre um fato com a dimensão da execução da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro. Preferi não encarar. Mas hoje fui conferir os comentários num post sobre a funkeira Jojo Todynho (“Que tiro  foi esse?”) no Facebook do Notícias do Dia e tive a certeza: a participação do amigo internauta é cada vez mais dispensável em qualquer plataforma do veículo.

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8 destaques do Primeiro Digital

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Clique nas imagens e confira as sugestões de leitura dos posts mais recentes do Primeiro Digital.

O DC acertou

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O Diário Catarinense, de Florianópolis, adotou uma atitude correta diante de uma prática comum – infelizmente – entre os usuários do Facebook: o compartilhamento de notícias antigas sem qualquer contextualização com um fato recente ou aviso sobre data original de publicação. A notícia velha compartilhada é de 2014, publicada pelo DC no dia 4 de janeiro, e trata da questão da balneabilidade das praias de Santa Catarina. O assunto esteve (e ainda está) nas manchetes neste começo de 2016 por causa de novos problemas relacionados com poluição em praias em Florianópolis. E isso acabou sendo o gatilho para o compartilhamento da notícia de 2014.

Diante disso, o DC tomou o cuidado de incluir um comunicado na notícia velha que está sendo compartilhada, antes do início do texto.

COMUNICADO: O Diário Catarinense esclarece que esta matéria foi publicada em 4 de janeiro de 2014 e não se refere, portanto, aos dias 9 e 10 de janeiro de 2016. A Fatma esclarece que não há qualquer orientação neste sentido para a temporada de 2016.

E em sua página no Facebook, o DC compartilhou uma nota de esclarecimento.

ATENÇÃO!

O DC esclarece que a matéria “Fatma recomenda banhistas a evitarem as praias catarinenses no final de semana…

Publicado por Diário Catarinense em Quinta, 7 de janeiro de 2016

Decisões como esta precisam ser cada vez mais comuns. Para isso, os editores não podem deixar de acompanhar o que está sendo compartilhado do veículo nas redes sociais e principalmente o que está sendo mais acessado, de acordo com o contador de audiência do site/portal/blog. E vale a pena, mesmo que alguns comentaristas continuem defendendo o compartilhamento da notícia velha…

Em alguns casos, até como prevenir qualquer chance de confusão, é importante colocar uma referência de data já no título. Divulgação de listas de aprovados em vestibular, por exemplo. O “Confira a lista de aprovados no vestibular da UFSC” é um título-campeão, bom de busca, mas sem a data pode levar o vestibulando para uma página com o listão antigo. O ideal seria “Confira a lista de aprovados no vestibular 2016 da UFSC”.

Em tempo: a Fatma mantém um mapa online atualizado da balneabilidade das praias de Santa Catarina onde é possível acompanhar os pontos próprios e impróprios para o banho. Acesse.

O assunto do ano

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Chegando ao fim de 2015, reuni neste post os dez assuntos que apareceram aqui no Primeiro Digital no decorrer do ano e que considero como os mais importantes e relevantes também por apontarem tendências e caminhos para o meio digital. Não foi um ano fácil, mas pela lista dá para ver que foi um ano movimentado para o bem ou para mal do mercado. Ainda pairam dúvidas sobre para onde vai o jornalismo em geral, tendo o digital como protagonista tal e qual em um faroeste: ora como o bem-vindo pistoleiro que chega e resolve todos os problemas, ora como o estranho forasteiro que representa uma ameaça.

Veja a lista dos dez assuntos selecionados:

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Entre o constrangimento e a esperança

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Hoje cedo publiquei nas minhas redes sociais um print do gráfico de páginas visualizadas do Primeiro Digital em novembro, mostrando um salto gigantesco na audiência do blog em comparação com o mês de outubro. Com os dados somados até o dia 17, foram mais de 12 mil páginas visualizadas. E na busca por explicações para o salto, veio um misto de constrangimento e esperança.

Constrangimento porque a causa para os 12 mil views foi o post Quando os comentaristas de internet sabem tudo, a respeito da reação estúpida de leitores nas redes sociais, principalmente no Facebook, com a morte de uma mulher que morreu após cair da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. O link do post teve compartilhamentos nas redes, mas a maior parte dos acessos veio do Google.

Na busca por palavras-chave relacionadas ao caso, o Primeiro Digital apareceu na primeira e na segunda página dos resultados. Não fiz nenhuma edição para o Google. Nnão coloquei palavras-chave no título, por exemplo. O que acabou gerando acessos foi a chamada do ND no Facebook que “embedei” no post, além das palavras mulher, ponte, Florianópolis que usei no texto para explicar o caso.

Realmente fico constrangido por ter acessos dessa forma. Mas por outro lado, como também disse no Facebook, não deixe de ser curioso que as pessoas busquem por um assunto e acabem chegando a um post que critica justamente o comportamento desta turma, dos “comentaristas de internet” e dos “corvos digitais”. Pensei na reação do sujeito. Será que parou aqui, leu e desistiu da busca? Pensou e refletiu “que merda estou fazendo”? Ou cagou e andou, me xingou e voltou para o Google busca o que estava procurando?

Difícil saber. Mas ao menos o comentário deixado no post me fez ter esperança de que mesmo que o acesso venha por outros caminhos, o post alcance seu propósito de levantar a discussão, alerta e apontar para uma atitude diferente, menos mórbida, mais construtiva. Espero que sim.

Reproduzo o comentário deixado por Andrea Ferreira:

Eu gostaria em primeiro lugar parabenizar a esta matéria, porque eu leio as notícias do dia a dia nos principais veículos de comunicação e fico transtornada com alguns comentários. Ao invés de agregar ou simplesmente a pessoa manifestar seu ponto de vista e pronto, eu percebo que alguns perfis são fakes e só esperam o momento certo pra destilar o veneno das suas palavras e é exatamente através de um único comentário que aparecem muitos outros com o mesmo propósito.

Percebo que alguns internautas buscam algum tipo de burburinho. Eles são nada mais nada menos do que caçadores de “Likes”, querem “Mitar” – gíria essa usada na internet pra quem consegue milhares de “Likes” -, só que pra conseguir essa “popularidade” momentânea eles não usam de bom senso e não medem as consequências das suas palavras muitas vezes agressões verbais desnecessárias e perde-se o foco.

Sobre o comportamento dos leitores na internet, o Facebook me lembrou hoje que há 2 anos, escrevi ainda no Coluna Extra um post que perguntava quem é essa pessoa que nem lê e já comenta, que vê uma imagem e tira suas próprias conclusões. Republiquei o post aqui no Primeiro Digital:

Quem é você?

Quando os comentaristas de internet sabem tudo

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No início da manhã desta segunda-feira (16), uma mulher conseguiu entrar na Ponte Hercílio Luz, cartão-postal de Florianópolis, que está fechada para o trânsito e em eterna e polêmica reforma. A mulher subiu em uma das torres e ficou ameaçando se jogar. Polícia e bombeiros, além de parentes, foram ao local, mas ela acabou caindo e morrendo.

Não se tem detalhes das circunstâncias, incluindo os motivos que a levaram a cometer o ato (há quem diga que ela não caiu, mas teria se jogado). Ainda assim, os comentaristas de internet voltaram a atacar, levantando mais uma vez a pergunta: qual o valor dos comentários dos leitores? Qual a contribuição do que eles dizem para enriquecer o conteúdo publicado?

O site do jornal Notícias do Dia publicou uma nota sobre o ocorrido. E na chamada publicada na página do jornal no Facebook surgiram os “especialistas”, julgando e atestando as razões e condenando a mulher “que não deu valor à vida”. E que tipo de leitor é esse que começa a semana, logo cedo, com tamanha sede de “cagar regra”? E a fala torta e sem noção de um transforma o espaço em um ringue com os comentaristas protagonizando trocas de insultos de todos os tipos. E aparentemente, a autora do comentário que deu origem à polêmica sumiu da conversa. Apagou o que disse e saiu sem se despedir ou mostrar um mínimo de bom senso, admitindo o erro, o tom do comentário.

Lamentável.

Ruas próximas à cabeceira da ponte, do lado continental, estão interditadas.

Posted by ND Online on Segunda, 16 de novembro de 2015

Atualizado às 12h20:

Como era de se esperar, além dos “comentaristas de internet”, temos também os “corvos digitais” sempre alerta e vídeos mostrando o momento em que a moça cai do alto da torre estão circulando não só no WhatsApp, mas também no Twitter, no Facebook e no YouTube. Triste que este seja um comportamento recorrente e que sites – não o ND – tenham publicado o vídeo e estejam fazendo barulho por isso. A vontade de abrir uma quitanda só aumenta…

Atualizado em 17 de novembro, 8h30:

E olhem o que aparece na busca no Google por “mulher Ponte Hercílio Luz”: sites de notícias, quer dizer, “sites de notícias”, de olho nos acessos, reforçam no título que tem o vídeo que mostra o momento da queda. É este tipo de “site” que ajuda a sujar a credibilidade de veículos e profissionais sérios e, o pior, fomenta a horda de imbecis que acham que vale tudo na internet. Que vergonha.

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P.S.: E não vamos entrar na discussão sobre Mariana versus Paris, que dominou o Facebook no fim de semana e que não leva a nada. Só mostra as redes sociais está lotada até a boca de especialistas em jornalismo. E pior: de gente que quer manter o público no rebanho e ai de quem pensar e agir diferente.

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Acompanhe as atualizações do Primeiro Digital no Facebook e no Twitter.

“O Globo errou“ e o tamanho da responsabilidade com o que é compartilhado nas redes sociais

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A ANJ (Associação Nacional de Jornais) tem destacado em seus eventos e campanhas que o conteúdo dos sites de jornais são as principais fontes dos links compartilhados pelos usuários nas redes sociais, em especial no Facebook. Isso porque, na visão da entidade, os jornais têm credibilidade e por isso os leitores espalham entre seus amigos, curtidores e seguidores os links de conteúdo produzido por uma fonte confiável. Confiável, mas não infalível, como vimos neste domingo em O Globo.

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Jornalismo de repercussão

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Revirando a papelada aqui em casa encontrei uma anotação de 2014, quando ainda estava no Grupo RIC, com algumas ideias sobre a proposta de posicionamento do portal RIC Mais e do site do Notícias do Dia. Minha aposta era posicionar e diferenciar os canais sob o guarda-chuva do “jornalismo de repercussão”.

A inspiração veio da participação dos leitores nas áreas de comentários e na ferramenta de envio de conteúdo colaborativo – que também recebia mensagens com opinião também para outros veículos do grupo. Iríamos valorizar o público que já demonstrava apreço e fidelidade pelos canais da RIC.

Era uma ideia, na minha opinião, interessante, coerente e adequada para o momento. O Grupo RIC estava ainda construindo sua presença digital e longe da estrutura do principal concorrente, o Grupo RBS com o site do Diário Catarinense e com o g1.

Pensei até no mote de uma possível campanha:

A gente informa, você comenta.

Você comenta, a gente curte.

RIC Mais e ND Online:

Informação com repercussão.

Minha proposta não avançou e já não estou mais no Grupo RIC desde março. E hoje, quando reencontrei minhas anotações, fiquei pensando se ainda apostaria neste mote do “jornalismo de repercussão”. Sinceramente, gosto da ideia. Ainda me parece um caminho como diferencial.

Mas esta é uma visão do lado de cá do balcão. Por tudo o que se vem discutindo atualmente sobre comentários, a ideia está distante do comportamento do público de internet. A gente talvez não curtisse tanto. Seria preciso “refundar” a participação do público para que haja uma compreensão do importante papel que ele tem no jornalismo digital. Sem isso, nada feito. Melhor abandonar a ideia.

Ainda sobre “Comentários na berlinda”

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Meu xará Alexandre Gonçalves, o do Informe Blumenau, reproduziu o post Comentários na berlinda do Primeiro Digital lá no site dele, fazendo algumas reflexões sobre a participação dos leitores:

É claro que o grande barato da Internet  diz respeito a esta via de mão dupla da comunicação, mas não entendo ser esta uma justificativa para abrir espaço para determinadas situações: manifestações preconceituosas, ofensas pessoais, acusações sem as devidas comprovações e os “fakes”, gente esclarecida que acha legal falar dos outros com uma máscara, escondendo a identidade e, também, os interesses. (…)

Em respeito aos leitores e aos bons debatedores, decidimos por moderar os comentários. Perde-se um pouco em agilidade, ganha se em qualidade, assim entendemos. Quando publicamos no Facebook, eles são inevitáveis. Alguns nos incomodam bastante. Mas lá não podemos fazer muita coisa.  Mas aqui no Informe, queremos contribuir com respeito, somando as diferentes opiniões.

Leia o post completo no Informe Blumenau.

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Comentários na berlinda

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Primeiro, a Wired com o post Uma breve história sobre o fim dos comentários. Agora, o Xataka, que ouviu autoridades do jornalismo digital como professor o Ramón Salaverría, para a produção do post Matar ou não matar os comentários, eis a questão.

Ou seja, os comentários na internet estão na berlinda. E é curioso isso. Em tese, a possibilidade de participação direta, efetiva e, muitas vezes, livre e sem moderação dos leitores é o que sempre diferenciou a mídia digital dos demais meios. Perde-se um diferencial quando comentários são fechados. Mas o chavão do Aranha está aí para ser usado: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. E na média, vamos combinar, o que menos tem por aí é comentarista de internet responsável.

Lá no início, talvez, no cenário sem Facebook bombando, por exemplo, fosse o caso de realmente manter e apostar firmemente na participação dos leitores. Era para ser uma (r)evolução, certo? De mais para menos filtro. Começando pela carta, pulando para o telefone, migrando para o e-mail, registrando no mural, moderando os comentários em posts, abrindo para tweets, escancarando no Facebook e enlouquecendo com WhatsApp.

Quem dá conta? E mais do que isso: se o veículo se esforça para produzir algo de qualidade, seria a lógica esperar participações de qualidade. Mas não é que se lê. E não me refiro aos robôs e malas que usam o espaço para merchans. Falo mesmo é da real contribuição dos comentários ao que se é produzido. Sou sim a favor da participação dos leitores. Mas como está, não dá para ficar.

O texto da Wired reúne alguns exemplos de como sites estão lidando com a questão. E eu particularmente gosto da ideia de retomar o bom e velho Fale com o Editor. Me parece uma alternativa interessante para brecar o ímpeto dos comentaristas de internet que não podem ver uma caixinha vazia e vão logo destilando seu ódio, seu veneno. Um link para enviar seu comentário para a pasta do editor talvez seja um caminho um pouco mais longo, o que poderia gerar aqueles segundos de reflexão que fazem tanta falta.

Leia os posts e reflita (se quiser comentar, à vontade; confio em vocês ;)).

Uma breve história sobre o fim dos comentários – Wired (em inglês)

Matar ou não matar os comentários, eis a questão – Xataka (em espanhol)

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Os comentaristas da internet não perdoam…

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Eduardo Scolese, editor de Cotidiano da Folha de S.Paulo, postou o recado no Twitter: os comentários na reportagem sobre a morte de José Eduardo Dutra, ex-senador e ex-presidente do PT, foram fechados por causo do nível do que estava sendo publicado pelos comentaristas de internet. Alguém escreveu no Twitter que está notícia já deveria ser postad sem cometários abertos. Eu acrescento uma pergunta: ainda vale a pena manter espaço para comentários de leitores em pprtais, sites e blogs? Começo a achar que não…

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Comentarista encerra conta no Twitter cansado de ofensas e ameaças

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Numa sequência de tweets publicada neste sábado, o jornalista Antero Greco, colunista do Estadão e comentarista dos canais ESPN, comunicou sua saída do Twitter depois de receber mais uma série de ofensas e ameaças. Antero tinha uma presença frequente, forte e combativa. Lidava às vezes com ironia e humor, às vezes com seriedade os torcedores fanáticos e sem noção. Usava a função block sempre que necessário diante da intolerância futebol clube.  Mas agora, ele, ao que parece, cansou – uma pena.

Vejam os tweets de despedida do Antero, que servem, pelo menos, de recado para os estúpidos que perdem a chance de fazer de um canal como o Twitter um meio interativo e produtivo para a troca de ideias.

Estou oficialmente desistindo do Twitter. Durante anos, tentei usar esta ferramenta como uma forma de divulgar ideias, emitir opinião, passar informações, interagir, divertir-me com as pessoas que me seguem. Neste tempo todo, defendi princípio de justiça, paz, honestidade, de respeito com pessoas, instituições, clubes, com o Brasil.

Minhas opiniões não são a verdade absoluta, mas são apenas opiniões que expressam minha forma de ver o mundo, a profissão, o futebol. Nunca estive a serviço de quem quer que seja ligado ao futebol. Ao contrário, procuro distância. Mesmo assim, fui ofendido, xingado. Colocaram em dúvida até minha honestidade. Isso machuca, decepciona, entristece.

Nos últimos dias, me empenhei em pedir bom senso, ponderação, PAZ, até porque o país anda tenso. Mas, em vez de compreensão, recebi mais xingamentos, e sobretudo de gente que até outro dia simpatizava comigo porque sempre tratei com carinho todos os clubes.

De repente, virei inimigo, desonesto, mau caráter. Recebi até ameaças. Não é justo isso comigo, com minha família. Não quero briga com ninguém, quero apenas fazer meu trabalho com consciência tranquila. Lamento se tenham entendido minha luta pelo esporte como manifestação de má fé. Tenho 41 anos de profissão e não tenho mais idade nem saúde para aguentar ofensas de pessoas que não conheço, que não me conhecem e que, ainda assim, se sentem à vontade para atacar minha única riqueza: a honestidade.

Nunca fui grosseiro com nenhum time, sempre procurei o equilíbrio e a isenção. Mas há um sentimento de intolerância muito forte, em tudo.. Então, prefiro sair. Estranho ficar aos sábados, aos domingos, de madrugada a trabalhar e, de uma hora pra outra, me flagrar a bater bater boca com alguém que me chama de fpd, de gagá, de corrupto, de bairrista, me manda tomar aqui e ali. É maldade, é muita energia ruim. Não se busca o diálogo, mas a ofensa. E o crime cometido por mim? Expressar o que penso a respeito de jogo de futebol. Entrei aqui para fazer amigos e não para brigar, para ter inimizades. Não faz bem, não quero isso. Vou cuidar da minha vida.

Meu respeito a atleticanos, cruzeirenses, palmeirenses, corintianos, colorados, flamenguistas, tricolores… A todo mundo. Que reflitam, também, os que me atacaram nestes dias (e em tantas outras ocasiões). Como última medida vou desbloquear muitos para que possam ler este desabafo. Bom domingo, que Deus nos abençoe e adeus.

Minha opinião sobre os principais temas do esporte, a partir de agora, estará no blog no Estadão.

anterogrecoabandonatwitter

Veja também:

O recado do Omelete para os “comentaristas de internet”

O recado do Omelete para os “comentaristas de internet”

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Sou fã do Omelete, um dos mais importantes ou quem sabe até o mais importante site de cultura pop da internet brasileira. Além do site e da cobertura especial de tudo o que assunto nos segmentos de cinema, séries, quadrinhos e games, o pessoal do Omelete uma programação diária no YouTube, de segunda a sexta, às 20h, para conversas animadas entre os integrantes da redação.

No programa desta segunda-feira, no entanto, o tom foi mais sério. Em vez de comentários e notícias sobre filmes da Marvel ou filmes da DC Comics, por exemplo, o assunto do OmeleTV foi o comportamento dos “comentaristas de internet”, os sabichões que “sabem tudo” e conseguem despejar ódio até em posts e vídeos sobre cultura pop ou cultura nerd. Ou seja, não há limites nem humor para os haters de plantão.

O título do programa já diz tudo: Seja você mesmo: Não se sinta obrigado pela internet. A turma do Omelete (nesta edição, Érico Borgo, Natália Bridi e Thiago Romariz) cita como exemplo os comentários raivosos que foram publicamos em conteúdos sobre o filme do Quarteto Fantástico, antes mesmo da estreia em cinemas brasileiros.

Borgo, Natália e Romariz fazem considerações pontuais e certeiras a respeito do comportamento dos comentaristas que simplesmente se recusam a aceitar opiniões diferentes. Ao mesmo tempo, os tais comentaristas, em geral jovens que usam a agressividade para serem ouvidos (ou quase), se escondem em perfis ocultos ou atrás dos chamados “times” para fazer a defesa cega, surda e nunca muda do seu ídolo, exigindo sempre opiniões opositivas. “Não há nada sadio na internet”, afirma Borgo, um dos fundadores do Omelete.

Veja a descrição do vídeo do OmeleTV desta segunda-feira:

A internet ama odiar. Nos últimos dias, com a estreia de Quarteto Fantástico, as timelines do Twitter, Facebok e várias outras redes sociais se integraram em um ódio coletivo contra o filme de Josh Trank.

Mas afinal, como internet muda a opinião das pessoas? E será que o conceito de opinião mudou ao longo destes anos? Neste OmeleTV discutimos como as redes sociais podem ser nocivas na hora de formar uma opinião.

Assista ao recado do Omelete:

Momentos “pingo nos is”, como diz Érico Borgo logo na abertura do programa desta segunda-feira, são sempre bem-vindos e cada vez mais necessários. Uma pena que seja em vão. E não é de hoje. No meu antigo blog, o Coluna Extra, fui vítima de uma ataque programado de uma lista de torcedores do Figueirense por causa de um comentário de um colega jornalista. O tom dos participantes da lista era “vamos lá detonar esse cara; quem ele pensa que é?”. E isso muito antes de Twitter e Facebook!

Mais fácil a gente caminhar para uma internet sem comentários do que para uma internet civilizada com respeito à diversidade de opiniões. Todo mundo quer liberdade, mas apenas aquela que lhe convém – de falar o que quer, sem o direito de outros se expressarem também.

Leia também:

Quem é você?

A felicidade não está online

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