Se você leu comentários em sites e redes sociais durante a semana, parabéns pela coragem e pelo estômago forte. Já é difícil de encarar em qualquer situação, fica ainda pior quando ocorre um fato com a dimensão da execução da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro. Preferi não encarar. Mas hoje fui conferir os comentários num post sobre a funkeira Jojo Todynho (“Que tiro foi esse?”) no Facebook do Notícias do Dia e tive a certeza: a participação do amigo internauta é cada vez mais dispensável em qualquer plataforma do veículo.
Facebook e Jornalismo
Cuidado com as fotos que você compartilha
PadrãoAs pontes de Florianópolis, Colombo Salles e Pedro Ivo, que fazem a ligação Ilha-Continente, estão abandonadas e precisando de manutenção urgente. Nesta semana, a queda de um viaduto em Brasília colocou a situação das duas pontes de Florianópolis novamente em pauta e fotos mostrando o estado de degradação das estruturas foram compartilhadas no Facebook. Mas, como alertou o colega Gonzalo Pereira, entre as imagens há a foto de uma estrutura de outro lugar como sendo de Florianópolis.
O leitor que não lê ataca novamente
PadrãoEstive em Criciúma na última quarta-feira (27) participando da Arena Criativa, evento promovido pela Falculdade SATC e que reúne palestras e workshops na área da comunicação. Fui falar sobre SEO (Otimização para mecanismo de busca), mas comecei abordando os novos hábitos de consumo de informação, partindo da “preferência” de ficar (ou se sentir) informado no Facebook. Citei novamente também uma sensação que sempre tive de que os leitores de internet simplesmente não leem. Estão no Facebook, veem uma manchete e já vão para os comentários, antes mesmo de clicar e ler o texto do link compartilhando.
O exemplo que sempre cito é o da morte do ator Paul Walker, astro de “Velozes e Furiosos”, ocorrida em 2013, em um acidente de trânsito. A manchete da Folha S.Paulo na internet atraiu comentários qualificando Walker como “irresponsável” por levar para as ruas, para a vida real, o jeito de dirigir dos filmes. O problema é que o ator não estava ao volante, estava no banco do carona.
Na sexta-feira, no Facebook (onde mais seria?), vi mais um exemplo dessa “mania” (preguiça?) de não clicar, não ler, mas comentar com gosto.
Do BlueBus: Facebook anuncia cursos de treinamento online e gratuitos para jornalistas
LinkO Facebook está anunciando cursos de treinamento online e gratuitos para jornalistas, que terao como foco 3 pilares – descoberta de conteúdos, criaçao de histórias e construçao de uma audiência. Os cursos estao disponíveis por meio do Blueprint, plataforma global de e-learning do Facebook. Segundo a rede social, a ideia de criar esse formato surgiu a partir de uma série de conversas com diversos jornalistas ao redor do mundo, que demonstraram interesse em encontrar em um único lugar mais informaçoes sobre como usar o Facebook para o trabalho.
A nota completa está no BlueBus.
E o link do curso é www.facebook.com/facebookmedia/journalists
Do Nexo: Facebook agora usa robôs para sugerir notícias aos usuários
LinkNa tarde do dia 26 de agosto, todos os funcionários do Facebook que faziam a curadoria de assuntos na seção “Trending” da rede social foram demitidos. Agora, a seleção de links é feita por robôs, a partir de algoritmos.
O Trending é uma seção que aparece na lateral direita da linha do tempo e ainda não está disponível no Brasil. Exibe conteúdos populares que podem ser interessantes para o usuário e faz parte do esforço do Facebook em se tornar uma fonte relevante de curadoria de notícias.
Até a sexta-feira (26), a seleção de links era feita por uma equipe humana, e incluía checagem cruzada, para descartar notícias falsas. Os links eram, primeiro, escolhidos por curadores. A partir dessa seleção, eram pareados com os interesses do usuário e exibidos de forma personalizada.
Saiba quais as implicações desta decisão do Facebook lendo o texto completo de Ana Freitas no Nexo.
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Engajamento nas redes sociais: ZH mantém o topo, R7 cresce e Veja despenca
PadrãoDa Torabit, empresa de monitoramento digital e métricas:
O veículo online do jornal gaúcho Zero Hora segurou a primeira posição no ranking da taxa média de engajamento nas redes sociais em julho. Seu resultado foi de uma taxa de 2,56%, computados os resultados de Facebook, Twitter e Instagram.
Do Projeto Draft: Pequeno manifesto sobre o atual estado das coisas para quem vive de produzir conteúdo
LinkA concentração dos investimentos em mídia no Brasil sempre foi letal aos projetos independentes. A TV aberta fica historicamente com mais de 60% do bolo publicitário – e a TV Globo fica, sozinha, com mais de 70% dessa fatia.
Google e o Facebook entraram no jogo meia dúzia de anos atrás e não trouxeram inovação alguma a esse modelo. Ao contrário: eles o reproduzem à risca. Estima-se que o Google fique com 60% dos investimentos publicitários digitais no país, e que o Facebook fique com outros 10%. Ou seja: juntos, eles teriam a mesma fatia do bolo digital que a TV Globo tem no bolo da TV aberta.
E Google e Facebook entraram nesse jogo de forças e de concentração de dinheiro e poder com uma novidade duplamente letal para os publishers: ambos atraem a verba de marketing dos anunciantes utilizando a custo zero os conteúdos produzidos pelos mesmos veículos que os anunciantes deixaram de apoiar exatamente para poderem investir mais nos dois gigantes.
Ou seja: Os publishers ficaram com o custo da produção do conteúdo que Google e Facebook usam como combustível gratuito para as suas operações – nas quais não precisam investir um centavo para produzir uma linha dos textos que publicam nem para editar um minuto dos vídeos que veiculam.
Este trecho é apenas um dos pontos importantes destacados no manifesto escrito por Adriano Silva. Leitura mais do que recomendada.
Americanos não confiam em notícias do Facebook
LinkEm tempos de compartilhamento de notícias falsas no Brasil por causa da confusão política em que estamos metidos, eis um dado para reflexão: apenas 12% dos americanos confiam nas notícias publicadas no Facebook. Este é um dos números da pesquisa sobre credibilidade de notícias publicadas em redes sociais realizada pelo projeto Percepções da Mídia (Media Insights Project). A rede mais confiável para os americanos é o LinkedIn, com índice de credibilidade na casa dos 30%.
Como seria este índice entre leitores no Brasil?
Via Observatório da Imprensa (onde você encontra links para o estudo completo).

Facebook tem cada vez mais notícias e menos posts pessoais
LinkO Facebook está trabalhando para combater a queda nas postagens de conteúdo original e pessoal dos usuários, o combustível que ajuda a movimentar a máquina de dinheiro no coração de sua rede social, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
As postagens gerais continuaram “fortes”, segundo o Facebook. Contudo, os usuários têm se mostrado menos dispostos a postar sobre suas vidas pessoais devido ao aumento de suas listas de amigos, disseram as pessoas.
Em vez disso, a base de 1,6 bilhão de usuários do Facebook está postando mais notícias e informações de outros sites. À medida que o tempo vai passando, os usuários do Facebook podem, ao longo de uma década, ter adicionado muitos conhecidos como amigos.
Facebook engolindo jornalismo
Padrão“Algo muito dramático está acontecendo com nosso ambiente de mídia, a esfera pública e nossa indústria jornalística, passando quase totalmente despercebida e certamente sem o nível de escrutínio público e debate que merece.
Nosso ecossistema de notícias mudou de modo mais dramático nos últimos cinco anos dos que nos quinhentos anos anteriores. Estamos testemunhando grandes saltos técnicos – realidade virtual, vídeo ao vivo, “bots” jornalísticos com inteligência artificial, mensagens instantâneas e apps de bate-papo. Estamos vendo imensas mudanças nos controles e nas finanças, colocando o futuro do setor de publishing na mão de alguns poucos, que agora controlam o destino de muitos.
As redes sociais não engoliram apenas o jornalismo – elas engoliram tudo. Engoliram campanhas políticas, o sistema bancário, histórias pessoais, a indústria do lazer, o varejo, até governos e segurança. O telefone no bolso é nosso portal para o mundo. Traz muitas oportunidades, mas também vários riscos existenciais.
O jornalismo é uma pequena atividade secundária dentro do negócio central das plataformas sociais, mas é uma atividade de grande interesse para os cidadãos.
A internet e as redes sociais permitem que os jornalistas façam melhor o seu trabalho, mas ao mesmo tempo tornam o publishing uma atividade não econômica.”