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Onde trabalha o comentarista Miguel Livramento e o interesse pelo conteúdo local

Lá nos idos dos anos 90, eu e outros colegas do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina se reuniram numa sala para ouvir o que o então ombudsman da Folha de S.Paulo, Mário Vitor Santos, tinha a dizer sobre o Zero, o jornal-laboratório produzido pelos alunos. Lá pelas tantas, Santos abriu uma das páginas da edição mais recente e questionou a turma:

– A quem interessa saber quem é o Miguel Livramento?

Para o jornalista de Folha, morador de São Paulo, a reportagem sobre um dos comentaristas esportivos mais populares de Santa Catarina tinha interesse zero (sem trocadilho). Mas para o público de Florianópolis, na área de circulação das edições do nosso jornal – Campus, bairros vizinhos, redações… – a reportagem fazia todo o sentido.

Ainda mais que o texto da colega Gisa Dias, publicado em dezembro de 1992, inclui também o contexto político da época, quando ele chegou a ser sondado concorrer a um cargo público e a oposição havia criado o Miguelito, boneco “inspirado” nele para criticar o candidato apoiado por Miguel.

Clique na imagem para ler a reportagem.

Talvez ali eu tenha sido um dos pontos de partida da minha cruzada pela valorização jornalismo hiperlocal, que tanto defendo aqui no Primeiro Digital e nos lugares onde trabalhei. O que o ombudsman queria, um perfil do José Silvério, grande nome do rádio paulista, mas que nunca teve a mesma projeção nacional, por exemplo, do Osmar Santos? A Folha que o faça…

Aqui, na minha cidade, falar do autêntico, polêmico, frasista, amado e odiado Miguel Livramento fazia muito sentido. E o mais incrível é que ainda hoje, as pessoas ainda querem saber sobre ele. E eu posso provar.

Procura por “miguel livramento”

O relatório do mês de agosto do Google Search Console mostrou que dos 10 termos buscados que geraram mais acessos ao Primeiro Digital, 6 fazem referência a Miguel Livramento.

Os acessos gerados pela procura por “miguel livramento” não começaram agora.Tudo começou no dia 11 de dezembro de 2015. Escrevi um post a respeito do lançamento, naquela data, do novo site da rádio CBN-Diário. No mesmo dia, Miguel foi demitido da emissora e eu atualizei o texto com essa informação. E acrescentei uma tag para capturar acessos de quem queria saber sobre a saída do comentarista. Escolhi a mais óbvia: Miguel Livramento demitido da RBS.

Primeiro lugar nas pesquisas no Google, ficando na frente dos sites especializados em comunicação aqui de Santa Catarina. A partir daí, conforme as notícias sobre a trajetória do comentarista foram surgindo, novos acessos eram gerados no post inicial.

Quando a volta dele para a rádio Guarujá foi confirmada, no dia 26 de janeiro de 2016 fiz um novo post, mas dessa vez falando também que ele estava começando um canal no YouTube. “Temperei” o SEO com outra tag pensada com a cabeça do usuário do Google: Onde vai trabalhar Miguel Livramento. Resultado? Posição zero (não existe coincidência…) no Google:

E para quem está acessando o blog ainda para saber onde trabalha Miguel Livramento, segue a resposta:

Desde abril de 2019 ele faz parte da equipe Veg Esportes, uma iniciativa que já destaquei aqui no Primeiro Digital e que em 2020 cresceu. Ganhou novos integrantes e agora, em parceria com a rádio Cidade FM 90,7, de Florianópolis, além do debate nas redes sociais, também faz transmissões dos jogos de Avaí e Figueirense. Será que aquele ombudsman da Folha diria que isso não interessa?

P.S.: Aos 78 anos, Miguel estreou no Instagram.

Crédito de foto: Reprodução Facebook Grupo Veg Esportes

Alexandre Gonçalves

Jornalista, especializado em produção e gestão de conteúdo digital (portais, sites, blogs, e-books, redes sociais e e-mails) e na criação e coordenação de produtos digitais, atuando no Jornalismo Digital e no Marketing de Conteúdo.

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