(…) Mesmo com o crescimento da circulação digital paga e da audiência, muitos jornais brasileiros seguem fechando no vermelho ou apresentando resultados positivos muito reduzidos.
Segundo uma coluna de outubro da atual ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa, O Estado de S. Paulo fechou 2015 com prejuízo de R$ 3 milhões, e a Infoglobo, empresa que edita O Globo, teve uma perda de R$ 51,5 milhões. Também de acordo com a ombudsman, a Folha encerrou 2015 com lucro líquido de apenas R$ 2,6 milhões. E 2016 deve ser um ano ainda mais difícil para as empresas de jornais no Brasil.
Um dos motivos é a queda do faturamento com publicidade, que, segundo Costa, é uma tendência global, acentuada no Brasil pela atual crise econômica. O aumento das assinaturas digitais não tem sido capaz de compensar as perdas do setor com os anúncios das edições impressas e o faturamento com a publicidade digital continua muito baixo, como no resto do mundo.
Além disso, enquanto a circulação digital paga aumenta, a impressa cai. De 2014 para 2015, segundo o IVC, o papel encolheu 13% no Brasil. Com isso, uma tendência do setor é que a circulação digital ultrapasse a do impresso em vários jornais, como já acontece com a Folha, desde agosto de 2016.
Essa mudança tem um grande impacto nas contas das empresas, porque a receita de circulação e publicidade no papel não é equivalente à do digital. “Uma assinatura do jornal impresso da Folha custa em média R$ 93, enquanto a digital sai por cerca de R$ 30”, disse o diretor de circulação e marketing da Folha, Murilo Bussab, ao Centro Knight. Ou seja, a receita diminui, mesmo que o número total de assinaturas aumente.
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