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Praticando a curadoria de conteúdo no Spotify

Uns dois anos atrás, acho, fui entrevistado pela jornalista Sicília Vechi sobre curadoria de conteúdo a partir da experiência que tive no Rock SC, a videoteca das bandas de Santa Catarina que atualizei por 3 anos. Basicamente, era um projeto baseado em pesquisa e organização de clipes em uma única plataforma em vez de espalhados pelo YouTube com o propósito de ampliar a divulgação da produção musical do estado.

Lembro de ter dito para a Sicília que curadoria de conteúdo, na minha visão, tinha que ter um propósito e ser bem embalada. Acho que estava querendo dizer que tinha que ter um storytelling para se diferenciar de um amontado de prints para dizer que tal assunto repercutiu nas redes sociais.

Como estamos em quarentena e eu, como saudades de praticar meu conceito de curadoria de conteúdo, surgiu 31 Versões, uma curadoria de música que reúne no Spotify playlists com versões em português de grandes sucessos estrangeiros.

Patrimônio da música brasileira

As versões fazer parte da história da música brasileira. São uma tradição com papel importante na criação da música pop e da inserção do jovem como consumidor lá em meados dos anos 50, começo do 60.

Com versões, ídolos foram descobertos (Roberto Carlos, por exemplo) e ao longo dos anos artistas de diferentes estilos recorreram ao formato.

Há versões de todos os tipos. Ingênuas, simplórias, de gosto duvidoso, piegas, criminosas com a canção original, quase traduções, focadas na sonoridade até letras rebuscadas e assinadas por grandes nomes da MPB.

A indústria fonográfica explorou as versões como estratégia e para lançar artistas com mais certeza de estourar e vender milhares de discos (o passado condena…).

Por isso, goste, suporte ou odeie, as versões são um patrimônio da música brasileira. E como todo patrimônio merece ser explorado e preservado.

Por que 31 Versões?

O nome 31 Versões é uma brincadeira com “31 Canções”, livro do escritor Nick Hornby, o mesmo de “Alta Fidelidade”, entre outros.

31 Versões surgiu como ideia de crônicas sobre 31 músicas assim como o livro de Hornby. Com a diferença – e a piada era essa – que a músicas eram versões em português de grandes sucessos internacionais.

E o assunto sempre esteve entre as minhas obsessões desde a época da faculdade de jornalismo quando escrevi textos e produzi programas de rádio sobre versões.

O tema se manteve presente no blog que mantive por 10 anos (2004-2014) até chegar ao projeto 31 Versões reencarnado agora nesta curadoria com playlists no Spotify.

Acompanhe as atualizações no Instagram @31versoes para conferir a curadoria com os novos volumes mensais e os especiais no Spotify. Favorite também linktr.ee/31versoes para acessar as playlists.

Ouça o volume 1.

Alexandre Gonçalves

Jornalista, especializado em produção e gestão de conteúdo digital (portais, sites, blogs, e-books, redes sociais e e-mails) e na criação e coordenação de produtos digitais, atuando no Jornalismo Digital e no Marketing de Conteúdo.

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