Quando o Facebook anunciou sua decisão de não mais mostrar o número de curtidas nos posts do feed do Instagram, durante a F8, no final de abril, escrevi no Primeiro Digital que a novidade ira “pirar” a cabeça de muitos, principalmente agências e influenciadores digitais.
Mesmo que o Stories tenha alcançado maior relevância dentro do Instagram, ontem (17), quando a medida passou a valer no Brasil, o que se viu foi um misto de lamentação e reclamação, mas também com muita gente indiferente e outros tantos não entendendo exatamente o motivo para deixar o número oculto. Quem vive delirando nas redes sociais também deu seu pitaco, mas o que “Carluxo” escreve não se publica…
No fim das contas, o sofrimento de quem não gostou da decisão é mais uma questão psicológica do que qualquer outra coisa. As curtidas servem de motivação para a publicação de mais conteúdo ou de fechamento de novos contratos. Ou para simplesmente satisfazer o ego. A mudança talvez até reduza a ansiedade de muita gente.
Para quem usa o Insta como negócio, não é o fim dos dados. Os usuários ainda vêem seus números quando logados. O público é que não os vê. Ou seja, na prática, não há motivos para tamanho sofrimento porque não muda nada para quem precisa mostrar seus números para agências e clientes.
Por outro lado, como havia escrito, o benchmarking ficará prejudicado com a novidade. Sem ver o que rende likes nos posts do concorrente, como saber o que funciona e o que não funciona no Instagram? E para os influenciadores, o que deverá compensar a não-exibição dos likes é o shopping que permitirá a vendo direta dos produtos anunciados.
Facebook não curtiu e mudou
Diz o Instagram que a ocultação dos números é uma medida para que as pessoas valorizem o conteúdo e interajam usando o campo de comentários. Mas no fundo, no fundo, a decisão é comercial, como já havia identificado a jornalista e pesquisadora Ana Brambilla:
A mensagem era clara: ninguém podia faturar no Facebook, a não ser o próprio Facebook. Agora o mercado de influencers movimenta alguns milhares de dólares mundo afora. É uma economia paralela que acontece dentro do Instagram. Embora agite a plataforma e talvez gere algum post promovido, o grosso do dinheiro corre por fora, entre marcas, agências e usuários.
Concordo com a Ana. O Facebook não curtiu ver o pessoal lucrando dentro da sua casa e cortou um item relevante do negócio.
Agora, o desafio de quem usa o Instagram nas suas estratégias digitais e para faturar seja estimular o like, mas também os comentários para que sua relevância seja visível de outra maneira. Resta saber se o público acompanhará a mudança com a publicação de comentários de qualidade.
A conferir: Enquanto o Instagram esconde número de curtidas, o Twitter lançou recurso para ocultar replies (respostas) em threads ou narrativas em que são encadeados vários tweets sobre um mesmo tema. Assim, podendo gerenciar a participação do publico, o dono da conta passa a ter controle para manter o fluxo do conteúdo ou até ocultar tweets ofensivos, se assim desejar. Saiba mais.