Quem indicou a reportagem “Após adotar paywall, jornais brasileiros batem recorde de audiência e vendem cada vez mais assinaturas digitais” foi a colega jornalista Ingrid Cristina dos Santos, do Diário Catarinense. Apesar da reportagem trazer uma série de números, ela compartilhou o link no seu Facebook destacando o seguinte trecho:
“Não é a barreira em si do paywall que fez a audiência disparar, mas a mudança de mentalidade nas redações. Antes, certos conteúdos não eram colocados no online, e sim guardados para o impresso. Isso mudou” (declaração do diretor de circulação e marketing da Folha de S.Paulo, Murilo Bussab).
O trecho destacado pela Ingrid é o mais relevante da reportagem. “Leia a reportagem completa na edição de amanhã” não faz mais sentido. Mas acho que a conta não é assim tão fácil. No texto tem uns termos que desconfio tipo “paywall contribuiu para DISPARAR a audiência” ou “aconteceu uma coisa absurda, cresceu audiência”.
A audiência pode aumentar em períodos como o do impeachment e ter muito acesso de não-assinantes já que o modelo é poroso. E o número de assinantes digitais é relativo. Por exemplo, assinar a edição digital pode ter a ver com custo e nem sempre é pra leitura. Tem muita empresa “caça-licitação” que troca o impresso pela versão digital do jornal (e não para ter acesso ao conteúdo do site; atendi algumas nos meus tempos de RIC-ND).
E por fim ainda acho desafiador essa conversão de quem bate de cara no muro, principalmente quando a origem é um link de rede social. Ruim quando o tema é quente e pior quando o tema é “curadoria”, “meme”, “internet vai à loucura”…
O assunto rende. 🙂
Leia a reportagem completa no site do Knight Center.
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