A quarta-feira 13 acabou e entre os assustados com o acordo do Facebook com veículos gigantes como New York Times, Guardian, BBC News e outros, sobreviveram todos. Até brinquei no Facebook escrevendo que o acordo via Instant Articles ou era aquela do se não pode vencê-lo, junte-se a ele ou era a turma do violino tocando enquanto o Titanic afunda. Mas não, realmente não é o Mark Zuckerberg com a máscara e a fúria do Jason arrombando a porta do jornalismo, ainda que a fama do dono do Facebook não seja a de bom moço.
Passado o susto, vamos aos fatos. Li boas análises e o que se tira de tudo o que foi publicado e discutido a respeito do acordo, temos o óbvio: é mais um tijolo na estratégia dos veículos de comunicação em busca do faturamento adormecido ou ainda não conquistado.
Assim como trabalham com os tradicionais banners, usam Adsense como estepe ou full, restrigem acesso ao conteúdo com paywall, oferecem a opção do conteúdo patrocinado e publicidade nativa, vendem cotas de patrocínio para coberturas especiais, entregam inventário via AdExhange, fecham acordos com shopping virtuais, firmam parcerias remuneradas com outros veículos, agora os parceiros do Facebook acreditam ou apostam nos ganhos que podem vir pelo uso do Instant Articles.
A entrada de dinheiro (assim se espera…) vem associada a um ponto que me parece óbvio também. Reforça que os veículos devem ser sim multiplataforma – aqui compreendendo o Instant Articles como uma plataforma dentro de uma outra plataforma (a digital, no caso).
E antes de ficar sonhando em ingressar numa iniciativa como esta do Facebook, veículos, em especial os de pequeno e médio porte, precisam fazer o dever de casa e avaliar como aplicam o conceito de multiplataforma ao seu modelo de negócio. Isso vale para jornais, revistas, TVs e rádios, mas também para sites e portais que também devem pensar em ter presença em outras mídias.
Atualizado em 8 de julho:
Facebook negocia parceria do “Instant Articles” com jornais brasileiros
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