Sites e portais de notícias do Brasil e do mundo estão derrubando o paywall e liberando o acesso aos conteúdos sobre coronavírus para não-assinantes. A medida vem com certo atraso e ocorre logo após ser declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde. Veja a lista no final do post.
A decisão de abrir acesso foi assunto no Primeiro Digital no último dia 18 de fevereiro (Quando derrubar o paywall é preciso), com foco no editorial da Folha de S.Paulo contra Bolsonaro, mas menção ao coronavírus. No texto, citando o jornalista e professor Alexandre Lenzi, mencionei a importância de liberar o acesso para os temas sobre covid19. Escrevi:
Temas como esse tem grande utilidade e, por tabela, tem grande audiência. Não há necessidade de ser fominha. Ganho pode vir pelos acessos.
Ontem, com o anúncio das derrubadas, trocando tweets com meu amigo José Vitor Lopes, reforcei minha opinião, considerando a atitude correta porque uma situação fora da curva, como a pandemia, sempre tem que ter esse tratamento por diferentes motivos. No caso do #coronavirus, a flexibilidade do acesso é necessária pela gravidade e necessidade de ajudar a organizar a informação e combater a desinformação.
O perigo da redes sociais
Já tive dúvidas sobre fechar conteúdo, como contei no post sobre a estreia do paywall do NSC Total. Especialmente no caso de projetos recém-criados não considero uma estratégia acertada por causa da necessidade de construir uma audiência. Para os sites com histórico e relevância, mais do que um fonte de receita, o paywall é bem-vindo também porque funciona como um filtro contra os “comentaristas de internet” que em nada contribuem para o conteúdo. Literalmente, quer falar m****, paga.
Mesmo com esse risco de receber visitantes indesejáveis (que inclui perfis fakes), abrir o acesso é uma decisão muita correta. Deve ser encarada com naturalidade e ser ativada sempre que necessário. É como no caso das TVs que derrubam a programação e a veiculação de anúncios quando ocorre uma tragédia. Prestação de serviço e jornalismo são unha e carne, sempre.
E mais importante: situações como a proliferação do coronavírus tornam as redes sociais um campo minado. Fácil confundir e manipular o público com notícias falsas e informações equivocadas. Precisamos justamente do contrário, de conteúdo confiável, de referência e com credibilidade (ainda que você possa ter restrições a algum veículo) .
Temos uma disputa por atenção e nessa disputa não dá para estar nas redes sociais pela metade. Os sites e portais de notícias devem estar por inteiro e cumprindo uma função social relevante, de fundamental importância para o momento.
Leia os comunicados e confira a cobertura dos sites sobre o acesso liberado ao conteúdo sobre coronavírus.
- O Globo (comunicado | cobertura)
- Folha de S.Paulo (comunicado | cobertura)
- Estadão (comunicado | cobertura)
- Nexo (comunicado | cobertura)
- Veja (comunicado | cobertura)
- NSC Total (comunicado | cobertura)
- New York Times (comunicado | cobertura)
- Washington Post (comunicado | cobertura)
- Público (Portugal) (comunicado | cobertura)
- Clarín (comunicado | cobertura)
A lista está em atualização. Se souber de outros sites que abriram o paywall, por gentileza, informe nos comentários. Vi a informação de que a Gazeta do Povo havia liberado o acesso, mas não localizei o comunicado e por isso não coloquei na lista.