O Facebook me lembrou na sexta-feira que em outubro de 2011 estive na faculdade SATC para falar sobre jornalismo e mídias sociais com jornalistas e estudantes de jornalismo de Criciúma e região, no Sul de Santa Catarina. Na palestra, usando o jornalismo hiperlocal como cenário e como um filão para o jornalista empreender, abordei as possibilidades de uso das principais ferramentas de mídias sociais que estavam em alta na época (blog, Twitter, Facebook, Flickr, YouTube e Storify).
O cenário em termos de ferramentas mudou com a chegada de novas opções como Instagram, Periscope e WhatsApp, além do avanço tecnológico. Mas revendo o material da palestra, acredito que o cenário para empreender apostando no jornalismo hiperlocal ainda esteja no topo da lista de oportunidades para o “jornalista por conta própria”.
Das telas da apresentação, separei algumas para comentar aqui.
Hiperlocal ainda é uma alternativa?
Quatro anos depois eu ainda sou um entusiasta do jornalismo hiperlocal como um caminho para jornalistas e para veículos. Dentro de toda a discussão em torno de modelo de negócio viável para o jornalismo, investir no hiperlocal, como enfatizei nas telas da apresentação na SATC, agrega diferenciais sob o ponto de vista de atrair o leitor. E diria que hoje ainda mais – veja o caso do Informe Blumenau.
A oferta de informação é muito, mas muito maior em comparação com 2011. Tem muito conteúdo pulando por aí e precisando de especialistas para filtrar e apresentar o que realmente interessa e o que faz a diferença no dia a dia do leitor. Redação e comercial podem refletir a respeito.
O Editor de Mídias Sociais para fazer a diferença
Lembro de na época da palestra pensar e escrever muito a respeito da forma como meus colegas jornalistas lidavam com as mídias sociais. Via muito oba-oba e pouca noção real do papel do jornalista na relação com Twitter e Facebook, principalmente.
O que se via na época e que se vê muito mais hoje, infelizmente (e graças ao Instagram), é transformar em manchete o que as celebridades publicam nas suas redes. É pouco para o tanto de potencial que as mídias sociais proporcionam. Temos exemplos de mudanças de mentalidade como o Storyful e o recente Vozes, do novo DC, que amplificam o que se diz nas redes sociais fazendo curadoria de conteúdo.
Sobre a função, acredito que as tarefas de um editor de mídias sociais tenham sido incorporadas pelos editores. E veja que as redações precisam de novos editores no expediente como Editor de Integração (para redações multiplataformas) e Editor de Fim de Semana (para organizar e distribuir o conteúdo para incrementar a audiência nos dias de menores acessos).
Abaixo, o slide completo da apresentação na SATC.