Nesta edição:
– O futuro do conteúdo
– Junho de 2013: Era só no Twitter
– Lembra do Flogão?
– Podcast do Maia
– Pacotão de Podcasts
– A crueldade sem limites
– Sobre a mídia tradicional e o InterceptBr
O futuro do conteúdo
O Meio & Mensagem publicou um resumo da edição 2019 do estudo Global Entertainment & Media Outlook, produzido pela consultoria PwC que analisa números gerais dos segmentos de publicidade e conteúdo, globalmente, e também separado em 14 segmentos, com levantamento de 53 países, incluindo o Brasil.
Do material do M&M, chamam a atenção os seguintes tópicos:
🕵️ Personalização: “Consumidores estão usando um enorme leque de dispositivos conectados para organizar, curar e descobrir universos próprios e únicos de mídia. Em resposta, as empresas estão desenvolvendo suas ofertas revolvendo preferências pessoais, utilizando-se de dados e padrões de uso para apresentar seus produtos não para audiências de bilhões, mas separadamente para bilhões de indivíduos”.
🕵️ Entretenimento e mídia: Segmento guiado pelo consumo digital, tendo os dispositivos móveis como motores de crescimento, com perspectiva de aumento de 4,3% entre 2018 e 2023, totalizando US$ 2,6 trilhões, com Índia e China na dianteira.
🕵️ Publicidade digital: Estimativa que até 2023, anunciantes deverão direcionar mais de 50% do orçamento para a publicidade digital. Detalhe: segundo a PwC, a média global de crescimento do investimento será de 9,5%, mas o Brasil estará acima disso, perto dos 13%.
🕵️ Impressos: O estudo traz uma boa notícia para jornais e revistas. O encolhimento provocado pela queda nas receitas, tende a diminuir nos próximos anos. A busca por novas fontes de receita e modelos de negócios permanece em foco, o que inclui o desenvolvimento de conteúdos em vídeos, podcasts, eventos e experiências. Além das assinaturas digitais estima-se também um incremento no faturamento com os clubes de fidelidade/benefícios e plataformas de doações, como a utilizada pelo Guardian.
Reserve
Dos resultados da pesquisa, guarde a palavra-chave: Hiper-segmentação.
Era só no Twitter
Lembrança sugerida pelo meu Facebook recorda um infográfico publicado pelo lendário site BlueBus com dados sobre a repercussão nas redes sociais das manifestações de junho de 2013. Segundo o BB, foram mais de 200 milhões de usuários impactados, mais de 219 mil menções e quase 70% dos ativistas estavam no Twitter e apenas 24,8% deles no Facebook.
Curioso que a editora do site inclui um “pasme” no texto pelo espanto de ver o Twitter tão à frente do Facebook. Hoje, como já destacado no Primeiro Digital, acredito que o resultado seja parecido ou até maior, a favor da rede do passarinho. Ou seja, engajamento parece ser o calcanhar de aquiles do Facebook para certos assuntos.
Lembra do Flogão?
Ainda na editoria recordar é viver, o Link do Estadão produziu uma ótima reportagem sobre o fim do Flogão, um site de compartilhamento de fotos, surgido em 2004, na carona do Fotolog (lembra?), naqueles tempos de internet discada e sites luminosos com enfeites de mau gosto e tipologias de pouca leitura.
O mais surpreendente é que a reportagem é sobre o encerramento do Flogão, ocorrido na semana passada, dia 18!!! Sensação gigante de universo paralelo. E mais surpreendente ainda foi saber da existência de um perfil “AlucinadosdaSC101”, um dos poucos que ainda eram atualizados, e que era administrado por cinco jovens de São José (SC). Eles se dedicavam a postar fotos dos melhores caminhões que trafegam no trecho catarinense da rodovia BR-101…
É muito choque de cultura, literalmente.
A reportagem completa está no site do Estadão (para assinantes).
Podcast do Maia
E o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, virou podcaster. O primeiro episódio do “Resenha com Rodrigo!”, com cerca de 15min de duração, estreou na segunda-feira (24) e já virou fonte, como registrado pelo site Poder 360. O podcast é conduzido por um assessor de Maia, levantando as pautas sobre a agenda da semana na Câmara. A conferir se a iniciativa vira regra e o formato passa a ser usada por políticos com mandatos e até nas próximas eleições.
Ouça a Resenha do Rodrigo.
Pacotão de podcasts
Já havia citado a Veja em uma nota sobre podcasts na edição #17 do Mapa Mental (rendeu um ótimo trocadilho: Veja vira Ouça). Agora, é o Grupo Abril, que edita Veja, que anuncia um pacotão de podcasts dizendo que “a ideia é se reinventar e acompanhar o destaque que os podcasts estão ganhando a cada dia entre jovens, adultos, estudantes e profissionais que buscam praticidade e conteúdo de qualidade”.
No pacote tem podcast para todos os gostos:
MdeMulher: Bem Bruxonas
Guia do Estudante: Marca Texto
Superinteressante: Dossiê SUPER
Saúde: Detetives da SAÚDE
Veja São Paulo: Jornada da Calma, #SPSonha, É Tudo Isso Mesmo?, Cozinha do Lorençato
Veja: Traumann Traduz
A crueldade sem limites
O colega Evandro de Assis, editor de O Município Blumenau, publicou texto sobre o compartilhamento via WhatsApp de fotos e dados sobre um homem que cometeu suicídio em um tempo religioso na cidade. Evandro relata que fotos do homem, da esposa e até dos filhos foram enviadas por celular numa total falta de sensibilidade e sinal de uma morbidez que não é novidade nas redes sociais e parece estar longe de acabar.
#ArquivoPrimeiroDigital
Em maio de 2015 tratei do tema suicídio nas redes sociais aqui no Primeiro Digital. Foi uma reflexão seguindo a linha do que o Evandro escreveu sobre esse caso recente de Blumenau. Escrevi:
Uma moça morreu em um shopping da cidade e foi um festival comentários deprimentes no Twitter. De dar nojo. Foto do corpo estendido no chão, julgamentos de caráter, conclusões antecipadas sobre o fato e suas motivações e até piadas com kkkkk inclusive. Só faltou selfie ao lado do corpo fazendo joinha ou biquinho (o que não seria de se espantar). (…)
Esse comportamento mórbido joga contra o real poder das redes sociais e todo o seu potencial como ferramenta de produção de conteúdo e de interatividade. E aumenta a responsabilidade de jornalistas e veículos que apostam no conteúdo cidadão e correm o risco de jogar para a torcida na base do “tá todo mundo falando disso nas redes sociais”. Respire, conte até 10 e reflita para não cair nessa armadilha.
O texto completo está aqui.
@ da vez
“Chamar o @TheInterceptBr de ‘o site’ é uma maneira de não aceitar que trata-se de uma nova modalidade de veículo de comunicação, legítima, eficiente, moderna. Tem tanto valor quanto os jornalões e canais de TV. É uma outra possibilidade de jornalismo. #VazaJato #jornalismo ”