Meu amigo Frank Maia, jornalista, ilustrador e chargista, compartilhou em seu Facebook uma postagem do também chargista Nani, um dos mais conhecimentos no meio jornalístico, que mostra o tanto de respeito que ainda falta na internet para com o conteúdo alheio.
Alguém simplesmente colocou outras palavras no balão de um dos personagens de uma charge do Nani de 2013, trocando a crítica feita por ele à Justiça por um ataque ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Escreveu o Nani no Facebook, com o título “Que gente é essa?”:
Esta minha charge foi violentada. Mudaram a legenda, é como se estivessem botando palavras na minha boca. Que pessoas são essas que pedem mudança e, antes de consegui-la, cometem um estelionato cultural? Pregam a honestidade usando um ato desonesto que é adulterar uma charge? É para isso que querem mudança? Para arbitrariamente fazer o que quiserem, como violar uma charge? Deixem meus desenhos em paz, vocês não me representam.
Há uma cultura do remix que faz com que conteúdos de origens e criadores diferentes interajam para gerar um terceiro conteúdo. Mas isso o que denunciou o Nani é outra coisa. É perverso, para dizer o mínimo.
E digo isso sem qualquer relação com o conteúdo adulterado. Não há nenhuma questão política nesta abordagem. Assim como sempre questionei e briguei contra o copia e cola também brigo para que haja respeito com o conteúdo, independentemente do formato. O próprio Frank já foi vítima desta prática no ano passado. E fizeram pior: fizeram alteração não deram crédito e ainda cobriram a assinatura dele na charge com o logotipo do site.
A charge original do Nani, conforme publicado no blog dele em maio de 2013.