É cada vez mais difícil saber o que pensa, o que quer e como age o internauta. Todo mundo tem resposta e opinião para tudo, mas ao mesmo tempo parece que ninguém lê o que é publicado – nem chamada nas redes sociais nem o texto completo no site. Ainda assim, a razão, a verdade e a indignação estão sempre lá.
Ironia, melhor nem tentar. Por essas e outras, desisti de chamar de leitor quem segue a atualização pelas redes sociais ou deixa comentários sem nem ler direito o que está sendo informado ou discutido. Não é justo com quem é um legítimo leitor. Internauta cai melhor – é outro tipo de público, diferente dos leitores, dos ouvintes e dos telespectadores.
Junto com esta tendência a não-leitura, uma imagem está valendo muito mais que mil palavras. A preguiça agradece. Tenho dito que não vai demorar muito para que seja adotada a estratégia de acabar com as chamadas em texto no Facebook, por exemplo. Nada de título nem de linha de apoio. O negócio será postar imagem, link e só. Vamos ver até onde vai a curiosidade e o interesse do internauta pelo conteúdo. Ou só de ver uma imagem vão conseguir emitir uma opinião? Não duvido.
E no meio desse balaio, os mais desavisados costumam não se ligar na cauda longa e “repercutem” assuntos velhos que voltem à tona como novidade pelas mais diferentes razões. Sem esquecer do ápice de toda essa preguiça de ler com atenção o que “está na internet”: acreditam e ficam indignados com um texto que não passa de uma piada. E isso, definitivamente, não tem graça.
Artigo publicado originalmente no blog Coluna Extra, em 18 de novembro de 2013
